domingo, abril 30, 2006

o gosto das coisas

O gosto de chegar a outro lado e encontrar alguém disposto a ouvir-te quando o mundo está a desabar na tua cabeça. Quando percorres labirintos sem fugas e não encontras respostas plausíveis para uma simples interrogação à vida, e o relógio repete persistentemente o final da tua hora, e tu não sabes para onde te vais virar a seguir porque tens medo de tropeçar no meio da falésia. E tu nem sabias que estavas no cimo daquela falésia.

O gosto de te virares e alguém te puxar pela mão quando voltavas as costas e os olhos se fechavam. E de repente encontraste uma voz que conhecias de longe mas que te chama agora tão perto, enquanto o braço te arrasta com ternura para junto desse estranho. E por um segundo esqueceste que travavas um luta contra os fantasmas do teu sonho, e por um segundo relembraste que há luz no fundo do túnel. Afinal existe vida no limite do teu túnel.

E assim tudo se torna mais fácil. Nem precisas de continuar a fazer interrogações à existência sobre o que vais fazer a seguir. Nem precisas de manter o sorriso permanente e oco para os fantasmas hipócritas que te gritavam aos ouvidos. Porque houve um estranho que estendeu a mão e a alma a uma miúda sem defesas. E esse estranho não teve medo de subir ao cimo da falésia para te resgatar do abismo intermitente que clamava por ti.

O gosto das coisas. Ainda nos há surpresas boas reservadas no cinzento dos dias.


3 comentários:

Anónimo disse...

bela inspiração sim sra... gosto do q vais escrevinhando linda, infelismente n tenho essa facilidade na ponta ds dedos.. snifs...

jinho*

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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