sábado, agosto 26, 2006

pensamento


Horas, dias, segundos… olho para o relógio, mas os ponteiros arrastam-se indefinidamente, alimentando a minha extenuante impaciência. Queria-te aqui…
Ontem à noite estive contigo, esperava-o durante o dia inteiro, contando cada segundo passado que já não se estendia entre nós, imaginando cenários diversos para a nossa história. Depois tudo foi perfeito, tu não conheces outra forma de agir, às vezes pergunto-me como o fazes tão bem.
O tempo é tão relativo, quando estás bem as horas voam, o tempo é fraco e vês a hora da partida aproximar-se perigosamente. Não o deixas ir embora, só mais um beijo, só mais um limite para ultrapassar, mais uma frase lenta. Mas quando estás com a tua sede, com a vontade longe de ser preenchida, o teu relógio pára, os minutos crescem, assim como a tua ânsia e o teu silêncio, procuras significados ocultos nos objectos do dia-a-dia, mas nada te absorve por completo. Querias ler o pensamento, adivinhar pontos de fuga, ver o que ele faz enquanto tu esperas! Não inventes histórias, sabes exactamente onde ele está, provavelmente sente o mesmo que tu.
Por vezes encontras um carrossel alucinante no meio dos teus nadas. As horas baralham-te os sentidos e não consegues dormir, ou acordas cedo demais. Olhas para o lado; ele não está ali, querias um pouco de calor mas apenas encontras o teu, chamas por alguém mas ninguém responde. Só ouves gritos de vivências neutras que ecoam na tua mente, palavras inúteis de palhaços tristes, acordas de repente e esqueces mais um pesadelo.
Outro dia começa, mais uma hora consumida pela fúria da sofreguidão. À tua volta estendem-se caminhos estreitos que não fazem sentido, becos vazios de pessoas que já partiram sem deixar marcas no teu destino. Sentes-te perdida, confusa, encontras sinais de confiança nos sorrisos mais frágeis, mas tu não consegues corresponder às expectativas. Relaxa, é só mais um dia normal, não te assustes com o despertar do nervosismo que nasce em ti nos momentos mais intensos.
A noite cai, esperas silenciosamente. Percorres o teu caminho e encontras o que procuravas desde o início, pedes uma dança graciosa ao sabor dos batimentos do teu peito. Sorris e acompanhas os seus gestos, segues as suas mãos, sabes exactamente até onde elas podem ir. O tempo deixa de existir porque não queres ter a noção de nada, esquece que amanhã é outro dia, esquece que pertences a uma réstia deste mundo. Esquece tudo, por um minuto, por um segundo que seja, achas que o consegues?
Horas, dias, minutos disponíveis… Por momentos perdi-me nas minhas fantasias, relembrei as danças graciosas da nossa história.


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