sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Busca
Diz-me os porquês que eu tanto procuro, que eu não encontro, as respostas cujos vazios não suporto. Diz-me onde escondeste as minhas sandálias mágicas que não me deixavam fraquejar na corda bamba que me levava sempre à outra margem. Recebo notificações constantes da memória que me dizem que devo dormir, mas as linhas corporais não obedecem ao cansaço psicológico, a sede da procura não estremece, o meu mundo estilhaça-se a cada palavra cujo significado não encontro. Ensinaram-me um dia os sentidos da vida mas estes são afinal a inexistência de sentido algum, percebi um dia que as palavras são palavras, vagas como o tempo e o sonho. Prometeram-me um resgate e nunca me resgataram, os príncipes encantados perdem o encanto ao fim de meia hora de filme, quanto mais depois de tanta ferida mal sarada. Mas afinal existe sempre outro caminho por onde navegar, e as fadas psicopatas são apenas mais uma produção vadia da nossa mente esgotada pelo cansaço, os monstros que nos perseguem noites a fio na nossa cabeça esvaem-se em gritos da rebelião da manhã temperada.Diz-me porque fechaste as portas do jardim do sonho e não me deixaste a chave mestra. Fizeste-me acreditar em resgates e príncipes, deixa-me ouvir de novo a tua voz para não me esquecer nunca mais de como ela gostava de sussurrar ao meu ouvido. Mas deixa-me livre, livre. Deixa-me em paz nas minhas dúvidas e contradições, nas minhas aspirações e fraquezas, nos meus voos constantes sobre esquissos do passado. Nunca te pedi para me entenderes. Não me apertes nunca mais.
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1 comentário:
podes crer miluzita... é k o amor nk é para sempre, ao menos que seja então eterno durante o tempo que durar :S
beijo
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