sábado, fevereiro 28, 2009

God save the queen

Estar de volta é o costume. O acordar de sempre, as ruas mais pequenas e lentas, mais despidas de um frenesim acústico que aqui não se faz sentir. Da próxima vez ficamos por lá, no meio das ruas da outra cidade, onde cada fachada parece contar uma história longa de origens remotas e difusas, onde a atmosfera nos absorve com um sabor e um perfume vistosos, imprimidos em remendos de coisas deixadas à deriva a cada nova esquina. Nada é virgem, nada o pretende ser, e no entanto tudo é brilhante e singularmente belo, tudo gira à velocidade de dez milhões de chamamentos de sotaque distinto, convidando a uma dança inebriante nesse palco de cores. E nós dançámos, até cair o pano do crepúsculo, até a escuridão nos envolver no seu leito, por entre os pigmentados recortes das torres. 

Ainda preservo um pouco desse frenesim acústico numa espécie de sentimento melodioso, quando me passeio pela marginal e pelas ruas pequenas. E elas quase parecem maiores e mais brilhantes.


3 comentários:

Rothschild disse...

Está bem! Da próxima vez ficamos por lá!

Lídia Borges disse...

Desde que descobri este sítio que o visito sempre.
Chama-me esta forma de expressão simples e eficaz. Como se cada palagráfo fosse uma tela, uma fotografia... Linda!
Fico desiludida quando verifico que nenhuma mensagem nova foi adicionada.
Obrigada!

Rothschild disse...

Então não dizes mais nada??