sexta-feira, dezembro 08, 2006

Ah e tal... É Natal...

Chegou o Natal,weeeee!... já chegou para aí há 1 mês e ainda faltam algumas semanas para ser dia 25… quando vi os primeiros enfeites de natal, árvores cintilantes de penduricalhos e fadinhas, presépios e enfeites multicolores nas lojas e música de natal pelas ruas… olhei para o céu e o sol sorria, nem uma nuvem, nem frio nem nada, nenhum elemento temporal acusava ser Natal. Um pouco contraditório, pensei. Ainda só começava Novembro quando começaram os anúncios a bonecadas… ainda estava a curtir o cheiro do Outono e já me anestesiavam com folhetos de corridas às lojas e guerras publicitárias de hipermercados concorrentes, qual deles com o maior mundo encantado dos brinquedos, qual deles o mais baratinho para as bolsas dos pais-natais que afinal de contas são apenas pais.

Ainda me lembro quando pedia aos meus papás aquele nenuco que tinha a casinha com todos os adereços, podia dar-lhe de comer, vesti-lo com fatinhos coloridos, passear com ele no carrinho pelo jardim fora. Escrevia a carta ao pai natal, pedia primeiro a paz no mundo e comida para os pobres e só depois começava a descrever os presentes que desejava, já com a consciência tranquila por ter falado nos coitadinhos que nem papel tinham para escrever cartas. No fundo é isso que toda a gente faz, paz na terra e tal, muita saúde e que não falte comida na mesa a quem mais precisa, bem e já agora também não me importava de ter um carrito melhor que o do vizinho do primeiro-esquerdo ou um anel mais pesado que os das amigas. Bah, este pensamento pseudo-caridoso e completamente hipócrita enoja-me profundamente, assim como me faz impressão que de repente, por ser Dezembro, toda a gente se lembre de ser boazinha e de dar uma prenda àquela tia velhaca que até ontem era queimada viva, ah e já agora a prenda ainda leva a etiqueta com o preço “para não dizer que sou forreta”.

Onde está o verdadeiro espírito natalício? Natal não é supostamente todos os dias?? A frase até soa bem, Natal é quando o Homem quiser, mas só vejo a família reunida nesta altura (e mesmo assim a muito custo), só vejo as pessoas a lembrarem-se dos outros porque os bombardeamentos de imagens festivas na tv são demasiado insistentes para serem ignorados.

Depois detesto esta ideia de consumo em massa que se generalizou. O Natal passou a ser um feriado comercial, onde já vai aquela percepção do Natal celebração cristã ou Natal dia da família. Natal agora é ir aos centros comerciais, é entrar e ver as pessoas como carneirinhos às filinhas e aos encontrões, em correrias infernais, porque o tempo é sempre escasso. Nem as crianças acreditam mais na magia daquele homenzinho de barbas brancas e trenó e duendes e renas, o que interessa é que as prendas estejam debaixo da árvore no dia 25. Até porque o pai Natal só é vermelho por causa da Coca-Cola.

Posso estar a ser exagerada, tenho plena consciência disso. Até porque eu adoro o Natal. Adoro ver as crianças com aquele brilhozinho nos olhos, adoro ver a cidade colorida à noite. Também já fui ao centro comercial comprar um livro para oferecer, já fiz a lista das pessoas que vou presentear. Só escolho as mais importantes, que nem sequer precisavam de receber prendas minhas para saberem que são importantes. Mas os mimos actualmente são cada vez mais em bens materiais. É chato mas é real.

Não peço grande coisa para este Natal. A minha árvore já está enfeitada. Já entoei canções pelas ruas. Já me deixei contagiar pelo espírito cintilante de fadinhas e luzes e pais-natais falsos. Mas para mim só queria a presença e o abraço de quem mais amo. De quem está longe e provavelmente não vou conseguir ver. De quem se zangou e fugiu de mim e não irei ver de certeza. Queria sentir que ainda existe alguma magia de Natal que pudesse fazer milagres e unir as pessoas, aquecer os corações mais frios, multiplicar as manifestações de amor e carinho. Queria que não matassem o Natal com corridas às lojas e necessidades fúteis de materialismos e consumismos. O que eu realmente queria era que o verdadeiro Pai Natal viesse cá abaixo dar uma lição a todo este desatino, pôr flores em vez de bombas nas mãos dos terroristas, dar muita porrada ao senhor Bush, muitas prendas para os meninos (sem etiquetas de preço), amor e surpresa no ar, cheiro a chocolates e doces em todas as casas, total desinteresse por centros comerciais e apego ao amor ao próximo. Pois é… Eu ainda acredito no Pai Natal!

2 comentários:

Anónimo disse...

Adorei o teu texto ! Acho que acertas em cheio no novo leitmotiv do natal do 2º milénio : comércio.

Concordo contigo em todos os pontos, inclusive sobre as famílias que sombram na hipocrisia...ao encontrarem-se nas datas festivas e fingirem que tudo está bem, renegarem o que durante o ano pensam sobre tal pessoa... Acho que a mesa da Consoada e do Natal é um enorme palco onde figurinhas são manipuladas pelo santo comércio do Natal e não pelo sentido de fraternidade e amor...


Beijo !

Anónimo disse...

bem nina...decidi escrever um comment neste texto visto k tamos no natal...mas não consigo dizer mt...dixest td o k havia a dizer...o natal já n é o k era...a hipocrisia instalou-se em pleno sec XXI!! mas msm axim eu ainda me encanto com esta epoca...axo k apesar destes promenores as pexoas ficam mais simpaticas...á mais animação, solideriedade (nem k seja só cm estrategia de marketing) mas nós já somos crescidinhos e vemos exa realidade...mas é tao bom ver os putos a babarem-s pos brinkedos, ver os 1001 pais natais k paxam na rua...eu ainda acredito no pai natal hehe kem sabe se um dia tenho uma surpresa vinda dele...hehe sonhar é bom....e cm já te dixe...escreves msm mttt benny!! continua...