domingo, abril 29, 2007

Oiço ecos na sombra e prevejo o futuro na bola de cristal, grito à sociedade incapaz que se afunda em destroços de discursos hipócritas e dirigentes ocos. Assisto a um filme mudo e rio com as ondas mordazes da poeira. Idealizo castelos de sonhos entre a memória fragmentada de manhãs insólitas. Semeiam-se gritos de liberdade à minha volta, mas as estradas levam todas aos mesmos lugares de sede, de probabilidades nulas de mudança.

Oiço palhaços e cisnes que declamam em voz alta cantigas de amor e maldizer. Mas eu acredito em palavras maiores que eu ou que tu ou os outros. Porque há pessoas que têm esse dom de nos mudar, com uma frase ou um grito, com um minuto de silêncio que murmura mil paixões. São essas pessoas que nos fazem querer ser mais e melhores. Porque eu vejo, há cisnes perfeitos ocultos em poetas de cartola. São eles o meu oásis final, o meu ponto fraco também. São o meu antídoto para a futilidade mórbida, são a febre que me deixa doente e frágil quando a distância aperta e a vontade mata.

E há vontades dilacerantes!...

1 comentário:

Vaskio disse...

Muito bonito.Parabéns...!