segunda-feira, maio 14, 2007

What a week...

Hoje escrevo com notas musicais na ponta dos dedos, acordes de guitarra exclamam na alma e na pele.

Não há palavras para sentimentos que gritam nem definições ambíguas para memórias belas demais, por si só indescritíveis. Por mais que procure, não as encontro, essas palavras, as únicas. Já alguém as expressou por mim, da única forma possível e certa. Por mais que procure, já todas as palavras foram ditas, já não existem formas originais, as que nunca ninguém disse, aquelas que marcam a diferença. O mundo actualmente rege-se por uma sequência de clichés e frases de protocolo.

Por isso gosto de novos mundos, de pessoas diferentes, reais. Que choram porque sentem e não porque é suposto. Que me olham nos olhos e dizem o que eu preciso de ouvir, não o que eu quero ouvir. Que me fazem sentir. No meio da onda inerte de discursos decorados e ocos essas pessoas reais conseguem fazer-me tremer com uma frase nunca dita. Genuína, virgem. Que dá prazer saborear, guardar. Que dá vontade de explorar.

Não sei porque me deu agora para isto. Talvez porque a última semana foi de uma estranheza bela e intrínseca… de uma loucura insana e dócil… porque eu por vezes sou demasiadamente impressionável!... Ou porque o que me dá força me deixa também vertiginosamente frágil…

(Os pássaros no céu hoje estão desalinhados. Mais que nunca.)

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