sábado, março 15, 2008

Vou escrever-te uma carta.

Vou escrever-te uma carta. Vou escrevê-la num rascunho e passar à mão com a minha letra mais bonita, e sair à rua e mandar alguém levar rapidamente à tua porta, para tu depois rasgares impaciente o envelope que tem a tua morada com a minha letra mais bonita, e o teu nome completo de director de empresa ou de ilusionista, e leres o que tu já sabes dos meus olhos e do que eu não digo, e vais guardar essa carta algures numa caixa que tu ainda não tens mas que vais comprar para que eu possa escrever muitas mais futuras cartas com caligrafia perfeita e o teu nome de director de empresa desenhado no envelope. Aos poucos as minhas palavras irão ecoar excessivamente aos nossos devaneios e ficarão gastas de tanto as repetirmos, mas não faz mal porque nós vamos inventar outras novas para nos referirmos ao que nunca soubemos bem dizer, e não faz mal porque os teus olhos nunca irão deixar de emanar musica de filme e os meus caracóis não vão recusar-se nunca dos teus dedos, por isso é tudo uma questão de escolha das palavras que decidimos entregar um ao outro, se bem que quando eu gosto mais é de estar a olhar para ti sem articular nenhuma delas, porque às vezes é tanta coisa que eu quero dizer ao mesmo tempo que nem um milhar de anos chegaria para ouvires tudo o que eu tenho para te dizer.

2 comentários:

Anónimo disse...

eu vou escrever't 1 carta;) speremos q gostes tt dela cm eu gosto do q leio aqi...=)

patricia disse...

As cartas têm magia própria. Escreves o que não consegues dizer e dizes o que achavas não conseguir escrever. As palavras vão surgindo e a linhas tantas apercebes-te de que quanto mais escreves mais queres falar, quanto mais falas mais queres dizer, quanto mais dizes mais queres olhar e quanto mais, quanto mais, quanto mais... é este o poder da escrita, é este o poder das cartas.

Escreve muitas cartas e envia-as sempre, mesmo que a meio do caminho hesites!