sábado, abril 19, 2008

E é só isto

Não sei se deva escrever mais do que já sei que nós sabemos e já toda a gente sabe, como uma espécie de verdade universal. Não sei se deva dizer que tenho medo, que as imagens do passado me fazem comichão na nuca, e que os outros por vezes me irritam quando opinam demasiado, e eu sei que eles não têm razão, mas há alturas em que estamos mais cansados e toda a razão se dissipa para trás das paredes, e eu começo a perder o fio das conversas alheias, e não me apercebo que é tudo mais um equívoco. Eu sei, eu não devia ouvir o que não interessa, e faço um esforço por ignorar, mas às vezes as frases ficam a ecoar convulsivamente até se esconderem nos cantos do quarto, e só me apetece agir da forma mais palerma e grotesca, para que os outros tenham enfim razões para falar. É, eu podia ser assim, como os outros querem. Mas não sou.

Porque se calhar os outros não querem que eu te queira assim, como quem quer Pearl Jam e céu de primavera, a escrever textos que toda a gente sabe que são para ti, onde eu digo que há muito tempo atrás eu já não acreditava em muita coisa simples e já tinha deixado de procurar no meio das pessoas, mas afinal se calhar o amor existe mesmo e é maior do que as pessoas falam, e não são as palavras que o chamam em voz alta, é qualquer coisa para além disso, que eu não sei muito bem explicar, só sei que está a bater aqui dentro com muita força e eu já sei que nome lhe vou dar. O teu.

2 comentários:

Vaskio disse...

Foda-se, lindo. Eu cá quero que tu o queiras assim, porque ele merece. Tu mereces. Vocês merecem. Vocês merecem-SE. A verdade universal está em ti, cada um de nós sabe disso melhor do que a verdade dos outros imposta a nós. Deixa os outros opinar. Quem muito opina, pouco pina. Tenho dito.

Rothschild disse...

Por acaso mereço...