sexta-feira, junho 20, 2008

Sanctuary

As cascatas da memória eram feitas das vontades que dissemos entretanto. Hoje rimos de nós próprios, mais ainda do mundo, que continuamos sem entender, nem queremos, nem podemos, rimos do vermelho que se abate nas palavras de cada vez que as chamamos a nós, sofregamente. Sentei-me do teu lado no meio da cidade e ficámos a olhar um para o outro sem dizer mais nada, e de repente as nossas mãos encontraram-se nas planícies dos nossos corpos, e tudo era lírica as palavras estavam lá todas, por inteiro e sem diminutivos, em alta voz e repletas de acentos circunflexos, e se eu perdia o equilíbrio tu agarravas-me e deitavas-me sobre os teus ombros, e ensinavas-me que o mundo não existe mais depois de nós, e eu acreditava e adormecia. E os relógios todos voltavam a fazer sentido.

1 comentário:

Rothschild disse...

Sempre que perderes o equilíbrio eu agarro-te!! E nem preciso estender as mãos. O nosso encaixe já é natural!